AILA: o terror brasileiro que flerta com o divino e o digital primeiras impressões

Entre um Cristo crucificado e um doppelganger que poderia ter saído de um pesadelo cibernético, AILA é a mais nova aposta da Pulsatrix Studios o mesmo estúdio por trás de FOBIA. E olha… se FOBIA já havia mostrado que o Brasil sabe fazer terror de respeito, AILA vem para cravar o nome do estúdio no altar dos grandes do gênero.

Rodando na Unreal Engine 5, o jogo impressiona logo de cara pelo visual absurdo: iluminação realista, texturas minuciosas e uma ambientação que faz você se sentir dentro de um pesadelo digital. A história segue um desenvolvedor de jogos que cria uma inteligência artificial capaz de projetar experiências de terror e, como toda boa IA de ficção, a criatura decide brincar de Deus. O que era apenas código, começa a ganhar carne. E medo.

A demo que testamos é dividida em duas partes e, sem entregar spoilers, te digo: há momentos em que é impossível saber se você está num pesadelo religioso,
dentro de uma simulação, ou simplesmente perdendo a sanidade. O jogo brinca com o sagrado e o profano de um jeito desconfortável, mas artisticamente fascinante.

Os puzzles lembram o melhor de Resident Evil e Silent Hill: enigmas que fazem sentido dentro do contexto, mas te forçam a pensar e,
às vezes, a xingar. Confesso que precisei de um tempo (e algumas dicas) para entender como escapar de um dos cenários, mas a sensação de recompensa é enorme.

A parte técnica é um show à parte: sons ambientes envolventes, ecos metálicos, respirações ofegantes e passos distantes que te fazem virar a câmera o tempo todo.
O uso da Unreal Engine 5 é magistral  cada reflexo e textura de sujeira parece meticulosamente pensada para te deixar desconfortável.

O destaque vai para o conceito de realidades sobrepostas, acessadas através de canais de TV que mudam o ambiente um toque criativo que mistura o surrealismo de Control com a loucura psicológica de Layers of Fear.

E claro, não dá pra ignorar a presença de Max MRM, o YouTuber e agora diretor criativo do projeto. Sua visão parece trazer um equilíbrio entre o horror clássico e o ritmo mais dinâmico que o público atual gosta de ver uma mistura de cinema e gameplay que funciona muito bem.

Atualmente em campanha no Catarse, AILA busca financiamento para chegar aos PCs e consoles em 2025. Se a versão final entregar tudo
o que essa demo promete profundidade narrativa, puzzles instigantes e aquele terror que cutuca o psicológico podemos estar diante de um dos jogos brasileiros mais impactantes da década.

Veredito das primeiras impressões:
AILA é uma experiência visceral, suja, simbólica e absurdamente bela. Um pesadelo digital onde o inferno é feito de código, fé e paranoia.
Se FOBIA foi um grito, AILA é um exorcismo.

Eu digo por mim, estou sinceramente ansiosa por esse lançamento, previsão dia 25 de novembro.

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